Fluxo do rio e espontaneidade

Iniciamos a semana falando de espontaneidade e como apoderar-se dela como potência criativa nos dá a possibilidade de estar no mundo com maior fluidez. Se algo surge em meu horizonte, é possível responder a esta novidade com a minha criatividade de maneira integrada. Tá bom, mas…e se for angustiante lidar com o novo?

Por vezes, pessoas que se sintam assim adotam uma forma de viver que quer chegar próximo ao risco zero. Não há, então, espaço para o novo e nem para a criatividade. Sendo assim, o script está traçado e ela vai tentar repetir um padrão comportamental. Para Patrícia A. Lima (2009, p. 89), este padrão leva a pessoa a experienciar uma vida empobrecida e a ter, para si, possibilidades limitadas e repetitivas de existir.

Vivendo com tamanha rigidez, sobra pouco respiro para a espontaneidade. Mônica B. Alvim (2014, p. 16) fala que “o espontâneo é tanto ativo quanto passivo, tanto desejoso de fazer algo quanto disposto a que lhe façam algo; ou melhor, está numa posição equidistante dos extremos (nem passivo, nem ativo), uma imparcialidade criativa”.

Para mim, a imagem de um rio pode ajudar a visualizar. O rio segue o fluxo e se adapta ao que surge, encontrando caminhos para permanecer em movimento. Desagua sem forçar, mas desagua. Por outro lado, um rio represado está impossibilitado de seguir seu fluxo natural.

De que modo abrir espaço para o novo e para o espontâneo? Não é preciso arrebentar com a represa de uma hora para outra, mas é possível deixar o rio correr.

Referências:
ALVIM, Mônica Botelho. Awareness: experiência e saber da experiência. In: FRAZÃO, Lilian; FUKUMITSU, Karina. Gestalt-terapia: conceitos fundamentais. Ed. Summus (2014).
LIMA, Patrícia Albuquerque. Criatividade na Gestalt–terapia. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 9, n. 1, p. 87-97, 2009.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima